Famílias de nossa comunidade pedem proteção contra a violência

No mês de fevereiro, nosso terço com as famílias (21/02) teve como tema central nas intenções a Campanha da Fraternidade de 2018 que nos apresenta um caminho de conversão quaresmal. Um caminho pessoal, comunitário e social que nos encaminha à salvação paterna de Deus. “Fraternidade e superação da violência” é o tema da campanha. O Evangelho de Mateus inspira o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), construindo a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.

De acordo com o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrichs Steiner, sofremos e estamos quase estarrecidos com a violência. Não apenas com as mortes que aumentam, mas também por ela perpassar quase todos os âmbitos da nossa sociedade. A ética que norteava as relações sociais está esquecida. Hoje, temos corrupção, morte e agressividade nos gestos e nas palavras. Assim, quase aumenta a crença em nossa incapacidade de vivermos como irmãos.

Desse modo, a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado. A paz deve ser exercida no dia a dia com paciência e misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de trabalho, na relação com a natureza. São pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio, de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a fraternidade.

Iniciando o terço, no primeiro mistério, contemplamos a Gloriosa Ressurreição de Jesus, trazendo nas nossas intenções a reflexão sobre a violência familiar, sendo aquela desenvolvida contra a mulher, idoso, criança e adolescentes através do descaminho causado pela falta de diálogo nas famílias, pelas drogas, criminalidade, falta de educação e oportunidades de trabalho.

No segundo mistério contemplamos a Ascensão de Jesus aos Céus, levando a violência urbana como nosso pedido de proteção a Deus. Pedimos pela superação da violência cultural gerada pelo preconceito racial, de gênero e religioso, pela promoção da justiça e o diálogo em meio a tantos discursos de ódio e segregação, assim como, pela promoção no meio urbano da cultura do bem viver, para que tenhamos uma boa relação social.

No terceiro mistério, contemplamos a vinda do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos. Nossas intenções versaram sobre a violência contra o meio ambiente, pedindo a Deus para que não depredemos o mundo, para que possamos semear belezas e não poluição e nem destruições. Pedimos, também, para que nossa sociedade possa descobrir o valor de cada coisa, contemplar com encanto e reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a luz infinita de Deus, buscando a justiça, o amor e a paz.

No quarto mistério, contemplamos a Assunção de Nossa Senhora aos Céus, sendo a intolerância religiosa o foco de nossas reflexões, pedindo a Deus com que a humanidade aceite de forma pacífica a religião, a igreja ou a crença que adotamos e cremos como modo de vida e não se deixe dominar pela prepotência, raiva e inveja uns com os outros. Na última dezena do terço, quinto mistério, contemplamos a Coroação de Nossa Senhora nos Céus.

Pedimos a Deus proteção de nosso povo contra a violência na sociedade, reencontrando grandes tragédias contra a humanidade, como a segunda guerra mundial que foi o conflito mais sangrento da história recente. Pedimos pelo fim das guerras contra as sociedades indígenas e que estas possam ser consideradas irmãs de todos os povos e não sejam perseguidos por sua cultura, crenças e tradições. Por fim, pedimos sobre a violência da corrupção contra nosso povo, através do combate ao mal causado contra a saúde, educação, lazer e oportunidades da nossa sociedade.

Assim, oramos pelas intenções das comunidades e pela questão social da violência que torna a vida do povo cada vez mais difícil, sendo uma forma de opressão e indignidade para nossa sociedade.

Por Daniel Rocha

 

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