A Páscoa nos convida a viver um novo tempo

Os últimos passos de Jesus antes da Ressurreição, sua caminhada com os discípulos, a última ceia, a injustiça do povo e, sobretudo os gestos de amor e misericórdia de Cristo foram relembrados, na Semana Santa, com uma vasta programação na paróquia São Jorge.

Na quinta-feira (13), a Igreja Católica em todo o mundo fez memória a Última Ceia do Senhor, quando Jesus, em um gesto de humildade e serviço, lava os pés dos 12 apóstolos. Para relembrar este gesto, o celebrante da missa da Quinta-feira Santa, frei Faustino lavou os pés de 12 pessoas da comunidade, entre eles um imigrante venezuelano, idosos, patriarcas de famílias da paróquia e uma cadeirante de 82 anos.

No início da celebração desta noite foi feito o acendimento do Menorá, que são velas que representam a vinda do Espírito Santo sobre nós. A instituição do banquete do Senhor foi relembrada durante a homilia, quando frei Faustino chamou atenção ao fato de que Jesus realizou a primeira missa durante a Santa Ceia e que também foi aí que o Filho do Homem instituiu o sacerdócio.

“Iniciamos hoje o tríduo Pascal com o Lava Pés e a instituição da Eucaristia. Podemos contemplar os símbolos que falam por si só, mas mais do que contemplar, Jesus nos chama a uma renovação espiritual, a ficarmos um pouco mais com Ele, a contemplarmos os mistérios de Sua morte e ressurreição. Jesus é o sacerdote por excelência e nos convida a conversão”, disse.

Na (14) Sexta-feira da Paixão, segundo dia do Tríduo Pascal, a igreja revive a Paixão e Morte de Jesus Cristo. O dia de maior concentração dos cristãos, onde é procurado o silêncio, a reflexão, a oração. É um dia de guarda muito especial para quem vive uma “entrega” a este dia.

A Paróquia São Jorge, mais uma vez, reuniu seus fiéis comunitários às 15h, na igreja matriz para a Adoração à Cruz, onde todos se prostraram no madeiro, beijando-o ou somente fazendo orações.

Após a celebração os fiéis se dirigiram para fora da igreja afim de esperar o início da Via-Sacra, que relembra o trajeto que Jesus percorreu até o calvário, onde foi crucificado ao lado de dois ladrões.

Na procissão aconteceu uma parada ao lado da avenida Brasil, na rua Edson Instanislau, em contemplação ao igarapé do Franco, fazendo uma referência à poluição ao meio ambiente, que contradiz o que a Campanha da Fraternidade deste ano, uma defesa aos Biomas Brasileiros, pede. Após preces e orações a procissão prosseguiu.
Everaldo Andrade, 56 anos, é adventista, morador no bairro Novo

Marlene de Almeida, 60 anos, diz que o significado da procissão é caminhar nos passos de Jesus e que a cruz, carregada pelas pessoas em todas as Vias-Sacras, simboliza a vitória de Cristo, que nos libertou do pecado.
Paixão de Cristo

Após a Via-Sacra muitos fiéis seguiram para o ginásio para prestigiar a encenação da Paixão de Cristo, realizada desde 1999 pela Paróquia São Jorge, durante Sexta-feira da Paixão. Produzido pela comunidade de São Francisco de Assis, com o apoio de outras comunidades como a de Santa Clara de Assis e do Perpétuo Socorro, o espetáculo conta ainda com a participação dos grupos teatrais Vida e Fé e Maranatha. São eles que preparam toda a estrutura da peça, as vestimentas e acessórios para todos os mais de 70 personagens.

Como nos anos anteriores, a encenação da Paixão de Cristo emocionou ao público, que pode contemplar momentos da vida de Jesus entre nós, desde o momento em que Maria recebeu a visita do anjo que anunciou que ela iria gerar o Filho do Homem, passando pelas incertezas de José, a visita de Maria a sua prima Isabel e o batismo de Jesus Cristo por João Batista.

Os espectadores, cerca de três mil, viram ainda passagens como Jesus no deserto, quando foi tentado por Satanás e, após isso quando foi consolado por anjos de Deus. Se emocionaram com a instituição da Eucaristia e assistiram a Judas entregar Jesus aos seus algozes em troca de 30 moedas de prata e Pedro negar Jesus.

Foi com entusiasmo e revolta que o público viu Herodes tripudiar sobre Jesus, Pilatos libertar Barrabás e condenar Jesus, mesmo sem ele ter cometido qualquer crime, e ainda os soldados baterem e cuspirem no Filho do Homem. Crucificado, Jesus deu a maior prova de amor à humanidade. Descido da cruz, foi Maria quem deu prova de amor e dor por ver que tudo estava consumado.

O ponto alto, como não poderia deixar de ser, foi quando Jesus deixou o sepulcro, ressuscitou e convidou todos à evangelização.

Vigília Pascal e o batismo

Já no sábado de aleluia (15), a Igreja Católica celebra a Vigília Pascal e na paróquia São Jorge a noite teve início na Casa dos freis com a bênção do fogo e com a recordação das cinco Chagas de Cristo, simbolicamente, colocadas no Círio Pascal.

Em seguida os fiéis foram, em procissão, para a igreja onde foram feitas ladainhas, preces e leituras que antecederam o início propriamente dito da celebração da Ressurreição do Senhor.

Durante a celebração, oito adultos receberam o Sacramento do Batismo, entre eles a funcionária pública, Esmeralda Ribeiro, 61, que teve como padrinhos o casal, Marinete Barbosa e Ivanildo Barbosa.

A assembleia foi convidada a renovar seus votos batismais e conclamada pelo celebrante, Frei Faustino, a ser sinal de Deus na vida dos irmãos. “Temos que ser para Deus o bom perfume de Cristo. Que hoje, ao renovarmos nossos votos batismais, sejamos esse perfume. Somos homens e mulheres novos em Cristo, revestidos de doçura e alegria. Sejamos anunciadores da mensagem de Deus”, falou.

No domingo de Páscoa, dia em que a paróquia tradicionalmente faz a carreata da Ressurreição e da Paz, os fiéis começaram a se concentrar em frente à igreja São Jorge às 5h30, de onde às 6h saíram em carreata para celebrar a vitória de Cristo Jesus sobre a morte e a vida nova que Ele convida, todos nós a vivermos, neste novo tempo.

Comunidades

Marcando o início do Tríduo Pascal, a comunidade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, juntamente com as Comunidades de São Francisco e Santa Clara de Assis, celebraram na noite de quinta-feira, 13, a Missa da Ceia do Senhor com o tradicional rito do Lava-pés, presidida por Frei Rogério Côrrea.

Em sua homilia, o Frei explicou o significado da Missa da Ceia do Senhor – onde Jesus Cristo institui a Eucaristia e o seu novo mandamento: o mandamento do amor; do Rito dos Lava-pés – um símbolo de humildade em que o mestre lava os pés de seus discípulos; da importância e necessidade de despertar os jovens para as vocações sacerdotais e ainda, a comunhão das pessoas, das comunidades tendo Jesus Cristo sempre como o centro de nossas vidas.

Em seguida, repetindo o gesto de Jesus Cristo durante a última ceia, lavou e beijou os pés de 12 pessoas das comunidades, algumas caracterizadas, representando os moradores das regiões dos Biomas Brasileiros, tema da Campanha da Fraternidade deste ano.

Após a comunhão, foi realizada a transladação e a exposição do Santíssimo Sacramento para um momento de adoração, que contou com leituras bíblicas e cantos.

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